NETA DOS REI DO CANGAÇO CURSA NA UESB

NETA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA NA AULA INAUGURAL DA UESB

Do site Tresmidas.com.br

      Um auditório lotado por alunos de diversas escolas de Itapetinga e por universitários e calouros da Uesb, recebeu com palmas a visita da cinegrafista   

    

     Vera Ferreira, neta de Virgulino Ferreira (Lampião) e Maria Bonita. Ela veio, a convite do professor Ronaldo Vasconcelos, do setor de Extensão da Universidade, fazer a abertura do ano letivo na instituição, com uma aula inagural. 

          A solenidade foi aberta pelo vice-reitor José Luiz Rech, que registrou a alegria de a Uesb estar recepcionando uma “pessoa tão carismática e tão cheia de bagagem cultural como Vera Ferreira”. Ele também elogiou os setores de Extensão e Cultura do campus de Itapetinga, pela iniciativa do convite.

            Um dos objetivos da visita de Vera Nogueira foi falar do centenário de Maria Bonita, que se viva estivesse, completaria no dia 8 de março 100 anos. Ela tem em mente realizar durante todo o ano uma série de atividades comemorativas, a exemplo de uma exposição fotográfica que percorrerá todo o Brasil, e o lançamento do livro “Bonita Maria do Capitão”, escrito por ela e por Germana de Araújo, em fase de finalização.

           Mesmo tendo sido a mulher no cançago o tema da palestra de Vera Ferreira, ela, ao ser entrevistada, não fugiu de responder a todas as perguntas relacionadas aos seus ancestrais. “A minha relação com a história de Virgulino e Maria Bonita começou desde que eu tinha 13 anos e tenho certeza, vai me acompanhar até o resto de meus dias”, frisou a cinegrafista, que disse do seu próximo passo, que será criar um memorial e fazer um filme sobre o cangaço, contando especialmente a história de seus avós.

A mulher no cangaço
              Na aula inaugural, Vera Ferreira falou para uma platéia cheia de interesses, do quanto foi importante a presença da mulher no cangaço e da ousadia de mais de 100 delas que se integraram aos grupos de cangaceiros existentes naquela época. Na oportunidade, o professor de história Eduardo Fiscina, que se entitula um “cangaçólogo” (estudioso sobre o cangaço) revelou para Vera Ferreira que Itapetinga também tem uma forte relação com o cangaceirismo, ou mais precisamente com o que aconteceu depois do término daquela época, pois foi para esta cidade que vieram representantes das famílias Nogueira e Ferraz, que chegaram a perseguir cangaceiros. “A exemplo de Hidelbrando Nogueira, Américo Nogueira e Valdemar Ferraz, eles vieram reconstruir aqui suas vidas, depois de históricas décadas em que a família originária de Nazaré do Pico-PE, perseguiu o lendário Lampião e seu bando”, revelou Fiscina, frisando que dos três, apenas Valdemar Ferraz não perseguiu cangaceiros.

              Vera Ferreira ainda teve a oportunidade de responder a perguntas de vários estudantes e saiu de Itapetinga levando consigo a certeza de que a história de vida e luta de seus ancestrais, independente do cunho de herói ou bandido que alguns querem rotular Lampião, tem grande signficado cultural.

A ilustre visitante foi também convidada por um dos organizadores da 2ª Bienal do Livro, Valdêique Oliveira, para participar do evento que acontecerá no mês de maio em Itapetinga.

Valdeique Oliveira, Vera Ferreira e os professores Eduardo Fiscina e Botelho