maio 25, 2012

Seminário de Formação prepara jurados para o Ceará Junino 2012

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Fortaleza. Seminário de Formação e Processo de Seleção de Jurados visa profissionalizar candidatos.  Programação traz seminários de teóricos das universidades.
Por Jeffersson Passos.
Talvez não seja ainda o suporte do qual as tradicionais quadrilhas juninas, na figura das suas federações, esperam da parte do poder público no Ceará, mas o que se sabe – e foi visto pelos presentes– é que, ao menos no Festejo Ceará Junino 2012, o governo estadual, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), acena se dispor a acompanhá-lo com maior esmero.


A começar pelo Seminário de Formação e Processo de Seleção de Jurados, realizado pela Secult nos dias 18 e 19 de maio, no Auditório do Centro Cultural Dragão do Mar, de onde, a partir de um processo seletivo e palestras de formação, foram escolhidos os nomes que comporão as mesas julgadoras nos festivais de quadrilhas do Ceará Junino.

Na presença dos presidentes da Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará, (Fequajuce), Kiko Sampaio, da Federação dos Eventos Juninos e Culturais (Fejuc), Aldenor Holanda, do representante da Secult, Fabricio Vidal e de toda uma plateia de candidatos a jurados, formada de ex-quadrilheiros, em sua maioria, a abertura do “curso” foi realizada com a palestra do pesquisador da cultura popular,  professor e doutor pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Gilmar de Carvalho.
Na conferência intitulada de “Cultura, Tradição e Identidade”, Carvalho elogiou o papel dos interlocutores. “O que vocês estão prestes a receber é a complexa responsabilidade de julgar. É grande o esforço dos que fazem cultura no Ceará, e por isso é notável a disposição e a garra de todos”.

A fala de aproximadamente duas horas e meia, destacou a oposição ao engessamento da tradição na cultura, embora pondere que esta seja permeada por uma tradição – uma compreensão sensível de que os jurados terão de estar aptos a ponderar. Portanto, “em algum instante a tradição vai se chocar, vai se debater com a contemporaneidade”. Tentando exemplificar, contou casos e fez analogias inclusive de festas como o carnaval do Rio de Janeiro e o Boi-bumbá de Parintins, no Amazonas.
Os conhecimentos práticos e populares atrelados à riqueza dos conhecimentos teóricos da Academia, não demoraram a inquietar e produzir perguntas que se transformaram em cobranças ao pesquisador. Muitas delas conferiam certa queixa à falta de prestígio dado aos movimentos juninos, nas pesquisas de Gilmar, fato que ele esquivou-se tanto quanto foi possível.
A sessão de perguntas não mudou muito até o fim. O senhor, de boa postura e de quem se pode arriscar com certa exatidão ter mais idade que um sexagenário, reclamava do cansaço do trabalho de um dia inteiro, com a ressalva de ser aquela, uma sexta-feira de calor e umidade típicos de Fortaleza. Gilmar aparentava cansaço e agora, impaciência. Após todo o tempo de explanação afirmou: “Identidade é feita de muitas identidades. Cultura é tudo no mundo; tradição é permanência, mas que pode ser ultrapassada”.
ISPIANDO

Na saída do recinto, ainda refletia as últimas palavras do professor Gilmar, ao que comecei uma intrigante preocupação com o conteúdo apreendido pelos jurados, de toda aquela teoria. Ouvindo a conversa etiquetada do prestigiado doutor, me questionei até que ponto essas pessoas simples, embora experientes – alguns experientes até mesmo em julgar – poderiam aplicá-la, aquela teoria, no dia do julgamento das quadrilhas.

Fotos: Fabiano Silva/Ispia


fonte: ispia

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