junho 19, 2012

História das famílias se mistura com a da quadrilha Tradição, no Recife

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NETV 1ª Edição mostra série de reportagens sobre o dia a dia do grupo.
Junina Tradição foi fundada em 2004, no Morro da Conceição.



 A partir desta terça-feira (19), o NETV 1ª edição exibe uma série de reportagens que acompanha o dia a dia de uma quadrilha junina, para mostrar todo o processo, desde os ensaios, até escolha do tema, das músicas, do cenário e do figurino. Durante seis meses, a equipe de reportagem acompanhou a junina Tradição, com sede no Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife. O grupo foi escolhido por ter sido o campeão do concurso de quadrilhas juninas da Rede Globo Nordeste no ano passado.

Para que as quadrilhas juninas possam brilhar nas apresentações, os integrantes precisam se dedicar muito. Os preparativos para 2012 começaram ainda no ano passado. No Morro da Conceição, lugar marcado pela fé do recifense, já que guarda a imagem da Virgem da Conceição, trazida da França em 1904, a Quadrilha Tradição surgiu em 2004. O grupo surgiu depois que alguns integrantes da junina Origem Nordestina resolveram formar outra equipe.

A proposta era criar uma nova forma de trabalho, mais próxima da comunidade, com oportunidades e diversão para os moradores do próprio morro. “No começo, para a gente passar isso para comunidade, essa maneira de trabalhar, que era uma ideologia nova, porque a gente fazia parte de outro grupo, foi complicado. Mas graças a Deus deu tudo certo, conquistamos a comunidade. Hoje em dia, a comunidade abraça a gente“, contou Cleyton Santos, presidente da quadrilha.

No primeiro São João a quadrilha foi para a rua quase que de brincadeira. A intenção era apenas participar e se divertir, mas o tema, “Ciclo junino, ritual e festa”, agradou os jurados e, principalmente, o público. “A primeira vez que a gente foi para a eliminatória da Globo, que foi nossa primeira saída realmente da Tradição, ali foi que a gente viu que realmente era para valer mesmo”, disse Cláudia de Freitas, que atua como dama no grupo. Naquele ano, a Tradição venceu o campeonato.
Oito anos depois, a junina Tradição é uma das maiores quadrilhas juninas de Pernambuco e, em 2011, conquistou o campeonato nacional. O espetáculo que conquistou o país mostrava o amor proibido entre duas peças de xadrez: o noivo, do lado preto; e a noiva, do lado branco.
A história da quadrilha se mistura com as das famílias. Fabiana e Rita da Silva, mãe e filha respectivamente, dançam juntas desde 2009. A mãe levava a filha pros ensaios todas as noites, não resistiu e acabou entrando para o grupo. “No primeiro ano, já comecei a trabalhar. A gente confeccionava roupa. Acho que 2009 foi o ano de superação da tradição, porque era para dar tudo errado. A gente passou muito tempo virando noite pra dar conta do vestuário. Na primeira apresentação da gente a quadrilha não estava pronta, faltou componente, faltou roupa ficar pronta [...] Achava que a gente não ia se classificar essa noite e depois veio a resposta que a gente estava classificado”, lembra Fabiana da Silva.
Apesar da dificuldade, a quadrilha ficou em quarto lugar. Não ganhou o campeonato, mas o coração dessas duas quadrilheiras. ”Para mim, é um orgulho dançar na Tradição. Quem dança pela primeira vez se apaixona, não sai mais. Só sabe quem está lá dentro. A gente já sofreu preconceito – meu pai, principalmente – mas eu gosto. Até hoje já são três anos”, disse Rita.

Para Juliana Maria da Silva e Ronaldo Foguinho, a quadrilha é ainda mais especial. Foi por meio dela que os dois se conheceram. Na época, ele dançava e ela, do lado de fora, torcia. “Eu sempre fui apaixonado por quadrilha. Desde pequenininho, meu pai dançava, minha mãe dançava, então já é de família. [...] Então eu arrastava ela para gente ir para o ensaio. Ela largava da escola e ficava me esperando no ensaio e eu dançando. Aí, num certo ensaio, eu perguntei a ela se ela queria dançar. A gente começou a dançar na junina Tradição”, falou Ronaldo.

Atualmente, eles são casados e vivem juntos o amor pela quadrilha. “É muito bom, não só por ele ser meu companheiro, mas por ele ser meu par na quadrilha. Eu fico tranquila. A gente dança numa boa, se diverte”, completou Juliana.

Todas as noites, durantes os ensaios, mães, filhas, maridos, esposas, todos dançam juntos por um objetivo: encantar o público e conquistar os jurados. “Acho que todo quadrilheiro, quando entra no arraial, entra para ganhar. [...] Se não ganhou, paciência, tenta tudo ano que vem de novo. Mas assim, pisou no arraial, a gente entra para ganhar”, destaca Fabiana da Silva.

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